Um grande homem me disse uma vez que a felicidade se encontrava em
nossa trajetória e não no final. Esta frase representa bem o Four Movie de
hoje, no qual falarei de uns dos meus filmes favoritos: Rocky (Ou Rocky: O
lutador na versão traduzida).
Assistindo o filme é possível perceber a
relação do personagem interpretado por Stallone - em uma das melhores atuações
de sua carreira - com a frase acima. Isso porque, desde o começo do filme nos é
mostrado toda a medíocre vida do Garanhão Italiano que dividia os tempos de
treino no boxe amador com seus trabalhos como cobrador para um agiota.
A vida de Balboa só muda quando ele é
desafiado pelo grande campeão Apollo Creed, que o escolheu após seu adversário
ter se machucado, chamando Rocky apenas por seu engraçado apelido. Na luta,
Apollo começa menosprezando Rocky, mas é surpreendido após ser derrubado. Com
isso, vemos um grande embate nos 14 Rounds seguintes, com o Balboa aguentando
os golpes demonstrando uma resistência sobre humana.
Neste momento vemos a real essência do
filme, já que mesmo cercado de repórteres que insistiam em fazer perguntas ao
mesmo tempo em que o juiz anunciava a vitória de Apollo, Rocky simplesmente se
mostram distante de tudo isso, pensando exclusivamente em Adrian, a qual prometera
aguentar os 15 rounds contra Creed. Não
lhe importava se ficaria com o cinturão, ele já havia provado que era o
campeão.
É nesse ponto em que a história do filme
se encontra com a do ator que o interpretou. Stallone escreveu o roteiro após
ter que vender seu cachorro para ter dinheiro para comer. Sly voltou para casa
triste por ter perdido seu único amigo para sobreviver e encontrou na luta
entre Chuck Wepner - lutador pouco conhecido de New Jersey - e Muhammad
Ali - campeão mundial da categoria - a inspiração para escrever em três dias o
roteiro de Rocky.
Foi com o sucesso de Rocky que Sylvester
Stallone se lançou ao estrelato de Hollywood, que abraçou a história de superação
do lutador. Desde lá foram feitos outros cinco filmes da franquia, cada um com
um novo ensinamento a ser adquirido. No sexto, alias, foi dito que seria o
último filme da saga. Seria mesmo, se não fosse Ryan Coogler.
Ryan é o diretor do filme Creed,
que conta a história de Adonis Creed, filho de Apollo que segue os caminhos do
pai nos ringues. No longa, Stallone mostra todo seu talento ao viver um Rocky
já debilitado sofrendo com um câncer, mas que consegue o superar ao mesmo tempo
em que Adonis vence sua luta.
Coogler, Stallone e Jordan: responsáveis pelo sucesso de Creed |
Esta é uma das melhores atuações de Sly,
que ganhou todos os prêmios possíveis. Logo, era previsto por todos que
finalmente seria sua vez de levar o tão esperado Oscar. Essa era a única
certeza entre todos os presentes em Los Angeles no dia. Bom, quase todos, já
que a Academia resolveu premiar Mark Rylance, por sua atuação em Ponte dos
Espiões - último filme lançado por Spielberg.
Sua atuação no filme é boa, mas este não é
o ponto. A academia teve a chance de homenagear um dos grandes nomes da
indústria, que além de sua ótima atuação em Creed nunca havia recebido o prêmio
antes, e desperdiçou.
Uma pena, para o Oscar. Não é Stallone que
nunca ganhou um Oscar, é o Oscar que nunca teve o prazer de ter entre seus
vencedores um ator que marcou a vida de milhões de pessoas com seus filmes como
o glorioso Sylvester Stallone.
De fato, o prêmio não importa para Sly.
Sua jornada - assim como a de Rocky - já prova que ele é um verdadeiro campeão, com ou sem Oscar.
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