A vida é bela: Amor em tempos difíceis - #FourMovie



Antes de ler o texto, dois avisos: Primeiro, peço desculpas por não ter soltado o Four Movie ontem, com fora previsto no nosso Calendário Mensal. O segundo é simples: dê play neste vídeo antes de começar a ler o texto. Trata-se da trilha sonora do filme a ser analisado. 


Sem mais delongas, vamos ao texto!

Quem você realmente ama? Seu pai? sua mãe? seu irmão? seu filho? Você passa tempo suficiente com esta pessoa? Você aproveita as oportunidades para mostrar a seus entes queridos o quão importante eles são em sua vida?

Todas essas perguntas vieram a minha mente quando assisti ao belíssimo filme A vida é bela (La vita è bella, no nome original em italiano).  No longa, protagonizado e dirigido por Roberto Begnini, conhecemos a história de Guido Orefice, um italiano simples, encantador e muito espirituoso, que se muda junto a Ferruccio Papini, seu grande amigo para a província de Arezzo ao final da década de 40, onde mora Eliseo Orefice, seu tio.

Assim começa a primeira parte do filme, onde assistimos a doce adaptação de Guido a cidade, fazendo muitos amigos – como Dr. Lessing, um médico alemão que adora charadas – e alguns desafetos, como Rodolfo, funcionário do governo que fica contra ele desde a primeira vista.


Porém, ele conhece uma pessoa em especial que muda toda sua vida: Dora, uma amável professora que rouba seu coração. Infelizmente, a principessa – forma a qual ele a chama – está prestes a se casar com Rodolfo. O que fazer agora? Desistir? Esta não é uma opção para Orefice, que após muita insistência e usar todo seu charme consegue conquistá-la.
"Buongiorno Principessa!" é uma das mais marcantes frases do filme 
Fruto desse casamento é Giosuè, um menino de tão bom coração quanto o pai, e tão levado quanto também. Neste ponto, temos uma mudança no tom do longa, ao descobrimos a origem judia da família Orefice. Isso não seria problema, se o filme não se passasse na época da Segunda Grande Guerra. Infelizmente, a família não é a exceção à regra e é levada para um centro de concentração nazista.

É partir deste momento que vemos todo o amor do personagem de Begnini e seu amor por sua família. Ele faz de tudo para que seu filho não perceba todo o horror a seu redor, dizendo a Giosuè que todo o processo de retirada de suas casas até o tempo no campo se trata de apenas um jogo, no qual se ele seguisse as regras ganharia um tanque de verdade (o brinquedo favorito do menino era um tanque de brinquedo), amenizado todo o sofrimento do garoto.

Ao final, durante a fuga dos Nazistas após o fim da Guerra, vemos os soldados tentando apagar as provas dos crimes que cometeram, buscando dizimar os sobreviventes as terríveis práticas cometidas contra os judeus. Vemos então o último gesto de sacrifício do protagonista, que consegue salvar a seu filho da morte, a custo de sua própria vida.

Este poderia ser um trágico final, mas Begnini consegue mostrar uma linda mensagem de esperança no reencontro de Dora e seu filho após a debandada dos nazis frente ao avanço norte-americano. Giosuè é levado até sua mãe por um tanque dos Aliados e diz:
Nós ganhamos! Temos mil pontos e ganhamos o jogo! Papai e eu ficamos em primeiro lugar e agora ganhamos um tanque de verdade! Nós ganhamos! Nós ganhamos!

E a guerra acabou.


La vita è bella é um filme belíssimo, que me fez repensar muito minha vida. Eu recomendo fortemente o longa, e pode ter certeza que você não irá se arrepender quando assistir. Ele nos faz rir, chorar e nos emociona em cada momento.

O trabalho do diretor é excelente, utilizando de uma bela trilha e uma bela fotografia para sentirmos felizes na Itália antiga, tristes nos campos de concentração e esperançosos ao fim da guerra. Além disso, todos os atores parecem estar no auge de suas atuações, nos fazendo acreditar em cada uma das personagens.

Enfim, isso é tudo que tenho a dizer por enquanto.

Inté.
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