Vem sendo assim para o Brasil desde a conquista de 2002. Claro, nem sempre tão vexatório, mas com o mesmo efeito: frustração. Após vencer a Copa daquele ano com supremacia (vencendo a final por 2x0 contra a própria Alemanha) o Brasil chegou em 2006 como favorito, afinal havia levantado a taça há quatro anos e seu ataque era mundialmente conhecido como o Quadrado Mágico com Ronaldo, Kaká, Adriano e Ronaldinho Gaúcho. O favoritismo não resolveu nada para uma Seleção Brasileira que pouco treinava, pouco se concentrava e realizava partidas ruins contra Seleções pouco expressivas no futebol. A derrota veio contra a França por 1x0 com polêmicas antes, durante e depois do jogo. Com isso, Brasil encerrou sua participação nas quartas-de-final, enquanto a Alemanha conquistou o terceiro lugar.
Já em 2010, Dunga (o então técnico da Seleção Brasileira) convocou, para muitos, de forma equivocada: com improvisações, jogadores velhos e com lesões recentes. O Brasil não fez uma ótima campanha e acabou desclassificado pela Holanda por 2x1, novamente nas quartas-de-final e, por coincidência, a Alemanha acabou em terceiro mais uma vez. Depois disso, em 2014... Bom, aconteceu o que devia ter acontecido, afinal. Alemanha tetracampeã da Copa do Mundo!
É importante ressaltar que a Alemanha foi tragicamente mal na Eurocopa de 2000. Na ocasião foi eliminada na primeira fase do campeonato.
Depois do vexame, a Alemanha começou do zero, se humilhou, investiu nas categorias de base, no físico e no psicológico dos seus jogadores. Não é por acaso que depois disso conquistaram o já dito segundo lugar em 2002, terceiro lugar em 2006, terceiro lugar em 2010 e agora campeã em 2014 da Copa do Mundo. Seis dos onze jogadores alemães que jogaram a final da Copa de 2014 no Brasil contra a Argentina foram campeões da Eurocopa sub-21 em 2009. Isso é uma prova do ótimo planejamento da Alemanha durante anos.
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Os tropeços podem ser encarados de muitas formas, dentre elas, podemos nos abalar, não fazer nada e contar com a sorte enquanto esperamos uma melhor geração de futebol surgir. Podemos erguer a cabeça, bater no peito e repetir que “o Brasil é o país do futebol” e talentos naturalmente virão sem a necessidade de um planejamento, um projeto. Porém, uma das melhores atitudes a se tomar é reconhecer que o Brasil, atualmente, está atrás de algumas outras Seleções e que nosso futebol precisa de renovação, no que se refere a tática, treinamento, preparo físico, preparo psicológico, formação de atletas, formação de técnicos e mudanças em alguns conceitos sobre o futebol, em geral.
Logo, nós brasileiros, temos muito o que pensar, muito o que aprender e principalmente muito o que fazer para que talvez um dia possamos deixar o orgulho de lado e simplesmente nos espelhar naqueles países que hoje dão exemplo no que antes nos diferenciava: o futebol.
Gabriel Bergamascki
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