Batman - A Piada Mortal | O morcego, o palhaço e a loucura - #4BlitzIndica #17

Um dia ruim. Só um dia ruim separa as pessoas da loucura. Essa é a premissa do Coringa em A piada Mortal, tema do #4BlitzIndica de hoje. 




Entender a sombria e insana mente do palhaço mais conhecido da Cultura Pop nunca foi tarefa fácil, graças a não-linearidade de seus atos, já que o vilão é sempre visto cometendo atrocidades e não se importando com as consequências. 

Algumas versões tiveram muito destaque, como o anarquista de Ledger no filme O Cavaleiro das Trevas ou o sádico da série animada dublado por Mark Hammil (ou Darcy Pedrosa). Mesmo excelentes, essas perspectivas ficam atrás da visão que Allan Moore (Watchmen) passou ao palhaço do crime na história em quadrinhos Batman: A Piada Mortal.

Nesta história, Moore apresenta simultaneamente a história de origem do personagem junto a outro relato, no qual o Palhaço do crime tenta provar que qualquer pessoa, seja a mais justa e sã como o Comissário Gordon, pode perder a sanidade depois de um dia ruim. A revista é de grandíssima qualidade, tanto em sua história, que tem um tema principal muito interessante, quanto em sua arte, que nos faz sentir o terror dos fatos acontecidos nela. 

A louca e aterrorizante personalidade do Coringa é mostrada como nunca antes nessa tentativa dele de se mostrar correto em seu ponto, cometendo atrocidades simplesmente para poder mostrar ao Batman e toda a população de Gotham que estava certo. Felizmente, ao final de tudo, o Homem-Morcego consegue deter o vilão, dizendo que ficar louco depois de apenas um dia ruim é exclusividade do inimigo. 

Um dia ruim, somente um dia ruim é capaz transformar um homem.

Mas será o que ele falou verdade? Não teria o próprio Bruce Wayne pirado depois de presenciar a morte de seus pais? Claro, você pode dizer que o Cruzado Encapuzado faz tudo pelo bem de sua cidade, mas não seria sair por aí vestido de morcego afim de combater o crime também uma loucura? 

Há muito o que se pensar nesse caso. Não podemos dizer que só um dos dois foi afetado pelas experiências ruins que tiveram, já que a vida do herdeiro das Indústrias Wayne também nunca mais foi a mesma depois daquele dia, assim como a de seu arqui-inimigo, também completamente mudado após a morte da esposa. Ai que está: nenhum dos dois é imune a transformação, só que ambos seguiram lados opostos.

Em discussões sobre política com conhecidos, tão comuns nos últimos anos, fico por muitas vezes surpresos com algumas declarações, extremas ao meu ver. Fato curioso é que isso não é exclusividade nem dos que se declaram de "direita" ou de esquerda", que dizem ter pensamentos completamente opostos um dos outros, mas na verdade apresentam ideias as vezes muito próximos. A teoria da Ferradura Politica tenta explicar esse fato, sobrepondo essa dicotomia que diz que os lados estão longes uns dos outros, quando na verdade quanto mais extremo nas crenças mais próximos estão.


Teoria da Ferradura Política: Quanto mais extremas as opiniões, mais próximas elas são.
Usei esse exemplo apenas para corroborar a tese de que Batman e Coringa, arqui-inimigos nas histórias em quadrinhos não são tão diferentes assim. Cada um deles, a sua maneira sofreu as consequências de um dia ruim, virando uma pessoa totalmente diferente após o acontecido. 

Então, creio eu, não é correto dizer que um é oposto do outro, já que tomam atitudes por vezes drásticas para salvar a cidade, ou simplesmente tocar o terror nela. Entretanto, os atos do Morcegão de Gotham podem ser justificados pelo seu propósito, oposto ao do palhaço, já que suas atitudes são feitos para evitar que outras pessoas tenham um dia ruim. 

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E ai, o que acha da HQ? Concorda com o que eu disse? Comente! Sua opinião é muito importante para o Four Blitz.


Sem mais delongas,

Inté.







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