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A música sempre foi importante na minha vida.  Desde pequeno fui incentivado a fazer aulas de teclado para tocar em uma banda composta por meus primos.  Havia quatro integrantes e eramos todos crianças, na faixa de 8 ou 10 anos de idade.  Fazíamos duas aulas semanais, além de algumas apresentações, rotina que durou por um período de 5 ou 6 anos.  Foi um tempo muito bom das nossas vidas, mas acabou surgindo outras prioridades que nos fizeram seguir "caminhos diferentes". Entretanto, o investimento que fizemos no aprendizado da música jamais foi deixado de lado.  Se tornou útil até os dias de hoje, não só pela habilidade e conhecimento adquirido, mas por qualidades que levaremos para o resto da vida, como a capacidade de concentração, persistência e sensibilidade.


Por conta disso, a música sempre foi um fator a mexer bastante comigo.  As diversas melodias, harmonias, letras e ritmos sempre me levaram a refletir bastante.  Aprendi que a música nada mais é do que a arte de expressar sentimentos, passar experiências e se conectar com outras pessoas.  Lembro-me, como se fosse hoje, o dia em que conheci uma música da forma mais inusitada possível.  Estava no ensino médio e havia uma prova marcada para aquele dia.  Alguns ansiosos, outros confiantes, mas todos apreensivos.  Eis que o professor entra na sala e, sem falar muito, começa a escrever na lousa.


"Faltou luz mas era dia, o sol invadiu a sala
Fez da TV um espelho refletindo o que a gente esquecia.
[...]
Pra gente ver por entre os prédios e nós
Pra gente ver o que sobrou do céu"


Essa é a letra de uma música da banda "O Rappa" chamada "O que sobrou do céu" e na época eu realmente não conhecia.  O professor, no momento em que terminou de anotar, pediu para que refletíssemos sobre aquilo e escrevêssemos num papel.  Aquela era a prova.  Muitos não acreditaram, podiam jurar que a prova, como todas as outras, seria um punhado de questões sobre o conteúdo passado em sala, ou sobre o livro que aquele mesmo professor havia indicado tempos atrás.  O que seria aquilo?  Nem mesmo folha ele nos deu.  Teríamos que "pensar"?  Como ele podia ter a audácia de cobrar algo que não nos foi ensinado?  Desde sempre, precisávamos ouvir com atenção, anotar o máximo possível em nossos cadernos e fazer o possível para decorar e reescrever nas folhas de prova.  Agora ele chegava com essa ideia cafona de "raciocinar".  Nada fazia sentido.  Bom, talvez finalmente fizesse...


Assim como meu professor naquele dia, a música sempre faz isso conosco.  Nos surpreende, nos tira da zona de conforto, nos convida a olhar com outros olhos, a sentir o mundo a nossa volta.  Feliz é aquele que sabe improvisar, que com movimentos rápidos e precisos, usa de sensibilidade e bom gosto para surpreender e inovar.  Música nunca é linear, nunca se priva de mudanças.  É possível fazer uma infinidade de versões para a mesma música, com ritmos e estilos completamente diferentes.  Sair da zona de conforto é zombar da segurança e estar apto a enfrentar qualquer tipo de adversidade.  Nunca soube minha nota naquela atividade.  Nosso professor nunca nos revelou, talvez nem precisasse.



O que sobrou do céu


EXTRA: Gostaria de lhe propor algo, caro leitor.  Pense, reflita e escreva sobre a letra dessa música, mais especificamente, sobre esse trecho citado acima.  O mesmo trecho que meu professor me apresentou.  Mande sua reflexão para nosso email fourblitz@gmail.com.  Responderemos 100% dos emails recebidos.  Queremos saber como você interpreta essa letra.  E em breve, postaremos a nossa visão sobre ela.  :)

Esperamos seu email!


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